sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno (6/6)

Como Podemos Concertar o que Está Errado?
Como poderemos concertar o que está errado? Examinemos a última parte do texto (Cl 1.22) A palavra contudo é uma das mais belas palavras em toda a Bíblia. Você consegue imaginar como seria a vida, se declarações nas Escrituras, como as que vemos nessa passagem, não fossem seguidas por contudo, no entanto ou mas?
(...) agora, contudo, [Ele] vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro (Cl 1.22,23)
Como podemos concertar o que está errado? Nós vemos duas coisas neste último conjunto de declarações.  Em primeiro lugar, nós vemos que o que está errado pode ser corrigido pela morte penal, substituta e propiciatória de Cristo. E em segundo lugar, por declaração condicional, com a partícula se (v. 23), vemos que não pode ser corrigido de nenhuma outra maneira - a supremacia de Cristo na verdade e na redenção, é encontrada em sua exclusividade. Não há outra maneira pela qual o homem possa ser justificado. "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12). "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pe 3.18). "Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (Is 53.6).
Como podemos concertar o que está errado? Se você me perdoar a simplificação inevitável, podemos dizer que todas as outras religiões no mundo basicamente se resumem nisto: "Você precisa ter uma experiência religiosa, e a partir deste momento precisará fazer mais coisas boas que más, e então esperar o melhor quando morrer". As religiões podem diferir quanto a qual experiência deve ser esta, ou como "coisas boas" devem ser definidas,  mas, em última instância, uma ou outra religião se baseia na necessidade de fazer mais bem que mal, sem nenhuma certeza ou segurança de um destino eterno.
Lutei com isto, quando era um calouro na faculdade. Eu não cresci junto a cristãos ou em meio ao cristianismo. Minha mãe era uma budista praticante. Eu jamais ouvi o evangelho, até entrar na faculdade. Aqui está aquilo com que lutava: Foi-me dito que eu deveria ter uma experiência religiosa, e então fazer mais bem do que mal, e esperar o melhor quando morresse. Mas descobri, pelo menos, três problemas com esta perspectiva.
Meu primeiro problema: não consigo ser bom. Eu tentei. E não consigo. Sou incapaz de ser bom. Eu sou total e radicalmente depravado, como diriam os Reformistas. Sem sombra de dúvida, eu não consigo ser bom. Mesmo quando faço coisas que parecem ser boas, eu as faço pelos motivos errados e destruo qualquer bem que havia nelas no início. Eu não consigo ser bom. Meu segundo problema: E quanto a todas as coisas que eu fiz, antes da minha experiência religiosa? Quem, ou o que, irá lavar as iniquidades do meu passado? Quanto tempo terei que viver para que minhas obras - que já estabelecemos que são inúteis - superem as más? Meu terceiro problema dizia respeito a minha certeza: Como eu posso saber, definitivamente, que cruzei a linha final? "Esperar pelo melhor quando morrer" é o melhor que eu posso conseguir? Estarei condenado a vagar pela vida esperando chegar lá no final?
Descobri a resposta para estes três problemas na supremacia de Cristo na verdade, no que diz respeito à redenção. A Bíblia diz: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Co 5.21). No passado Deus tinha ignorado, ou deixado passar, pecados. E alguns estavam pensando que isto suscitava dúvidas sobre justiça do Senhor:  Deus, como pode afirmar ser juto, e não destruir Moisés, o assassino, ou destruir Abraão. o mentiro, ou destruir Davi, o adúltero? Como, ó Deus? Mas na providência misericordiosa de Deus, chegou um dia em que Ele afligiu e entregou o seu único Filho por nossa causa, para satisfazer a sua justiça, "...para que ele seja justo e justificador daquela que tem fé em Jesus" (Rm 3.26). Isto foi suficiente para os pecados de Adão, Abraão e Moisés? Você consegue ouvir as questões retóricas do Calvário? Isto foi suficiente para o seu pecado Foi suficiente para que você reconhecesse a supremacia de Cristo na verdade no que diz respeito à redenção?
Não havia nada mais que pudesse ser feito que tivesse permitido que Deus fosse justo e justificador, ao mesmo tempo. Mas, na humilhação e exaltação de Jesus Cristo, nós encontramos uma solução para a pergunta: "Como podemos concertar o que está errado?" Ouça como proclamam os autores do hino:
O que pode lavar minha iniquidade?
Nada, exceto o sangue de Jesus;
O que pode me tornar completo outra vez
Nada, exceto o sangue de Jesus.
Oh! preciosa é a corrente
que me faz branco como a neve;
Nenhuma outra fonte eu encontrei,
Nada, exceto o sangue de Jesus.
E:
Existe uma fonte cheia de sangue derramado
das veias de Emanuel;
E os pecadores submersos nesta corrente
perdem todas as suas manchas de culpa.
Como você pode concertar o que está errado? O Cordeiro de Deus, imaculado e sem pecado, foi moído, rejeitado e morto, para pagar uma dívida que Ele não tinha, em nome dos pecadores que jamais poderiam lhe pagar.

Conclusão
Se estas duas perspectivas - o humanismo secular pós-moderno e o teísmo cristão - forem justapostas, algo muito interessante acontece. Coma primeira, a pessoa fica vazia e sem esperança; o homem passa a estar em uma posição desprezível, torna-se sem valor e precisa procurar satisfação sem jamais encontrá-la. Mas, com a segunda, a pessoa é preciosa; tem propósito, e é impotente; mas não há problema, porque foi resgatada. Esta é a supremacia de Cristo na verdade, em um mundo pós-moderno.
Em última análise, isto é o que o teísmo cristão nos diz:

  • Quem sou eu? Eu sou a coroa da criação e a glória da criação de Deus.
  • Porque estou aqui? Estou aqui para trazer glória e honra ao Senhor Jesus Cristo.
  • O que está errado no mundo? O que está errado sou eu, e todos os que, como eu, se recusam a reconhecer a supremacia da Cristo, e, em vez disso, decidiram viver em busca da supremacia do indivíduo.
  • Como podemos concertar o que está errado? O que está errado pode ser concertado por meio da morte penal, substitutiva propiciatória do Filho de Deus, e pelo arrependimento e pela fé por parte dos pecadores.
À medida que caminhamos pelas estradas e veredas e olhamos nos olhos da vida dos indivíduos que compraram a mentira, devemos sentir a segurança de que, pela graça de Deus, possuímos a resposta, e somos possuídos pela Resposta. A resposta é Cristo e a sua supremacia na verdade. Devemos chorar porque aqueles que andam sem objetivos por esta vida jamais serão satisfeitos com as respostas que a nossa cultura julgou adequada dar a eles. Quanto mais nos afastamos da supremacia de Cristo, mais nos afastamos da única coisas que poderá satisfazer, e a única coisa que nos poderá bastar. A supremacia de Cristo na verdade também significa a sua suficiência na verdade. Nós pregamos a Cristo, e este crucificado (1 Co 1.23). "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1.16).
Esta é a supremacia de Cristo na verdade em um mundo pós-moderno, moribundo, apodrecido, decadente e sofredor. Portanto devemos aceitá-la e proclamá-la apaixonadamente, confiantemente e incansavelmente, porque, afinal, é por isto que estamos aqui.
Extraído do excelente livro publicado pela editora CPAD, A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno.


 
 


Voddie Baucham é marido, pai, pastor, autor de livros, professor, pregador conferencista e plantador de igrejas. Ele serve como pastor de pregação na Igreja Batista Família da Graça em Spring, Texas.

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