terça-feira, 17 de setembro de 2013

Os judeus que não são judeus...


por David Chilton 
 E ao anjo da igreja em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu: Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Apocalipse 2:8-10
 ...Não era fácil ser cristão em Esmirna. Certamente não foram livres da tribulação por um "arrebatamento"; e isto frequentemente significava pobreza também, por causa de sua posição em favor da fé. Talvez estavam sujeitos ao confisco de suas propriedades (comp. Hb 10:34) ou ao vandalismo; é também provável que fossem objetos de boicotes financeiros por se recusarem a ficar lado a lado com os pagãos adoradores do estado ou dos judeus apóstatas. (comp. Ap 13:16,17). Mas, em sua pobreza, eram ricos no sentido mais básico e último; considerados pelo mundo "como pobres, mas enriquecendo a muitos; como não tendo nada, mas possuindo tudo" (2 Co 6:10). "Eu sei tudo o que estás suportando", lhes assegura o Senhor; Ele se identifica com eles em seus sofrimentos, até o ponto de que "em toda angústia deles, Ele foi angustiado" (Is 63:9; cf. vs. 2 e 3). Como observou o teólogo puritano John Owen, todas nossas perseguições " são Suas em primeiro lugar, e nossas somente por participação" (com. Cl 1:24).9

E ele sabe tudo sobre a blasfêmia de seus perseguidores também - os que dizem ser judeus e não são. Aqui o Senhor é explícito sobre a identidade da oposição que a igreja primitiva enfrentava: Os que de outra maneira eram conhecidos como nicolaítas, os seguidores dos falsos apóstolos Balaão e Jezabel, são aqui definidos como os que afirmam ser judeus, filhos de Abraão, mas que na realidade são filhos do diabo. Estes são os israelitas que tem rejeitado a Cristo, e tem rejeitado assim, ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Há um mito popular que sustenta que os judeus não cristãos são verdadeiros crentes no Deus do Antigo Testamento, e que só precisam agregar o Novo Testamento a sua religião, que no demais é adequada. Mas o mesmo Novo Testamento é inflexível neste ponto: os judeus não cristãos não são crentes em Deus, e sim apóstatas, quebradores do pacto. Como Jesus disse: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão...Vós fazeis as obras de vosso pai...Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis...Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. (Jo 8:39-44). A verdade é que não há tal coisa como um judeu "ortodoxo", a menos que ele seja cristão; porque se os judeus cressem no Antigo Testamento, creriam em Cristo. Se um homem não crê em Cristo, também não crê em Moisés (Jo 5.46)

Paulo escreveu: Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. (Rm 2:28-29). Por esta razão, Paulo foi bastante audaz para usar esta linguagem ao advertir às igrejas contra as seduções dos judeus apóstatas: "Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão; Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne." (Fp 3:2-3). A palavra traduzida como circuncisão significa cortar ao redor; a falsa circuncisão é literalmente concisão, que significa cortar em pedaços. A circuncisão dos judeus, o sinal do pacto no qual confiavam, era na realidade um símbolo de sua própria mutilação e destruição espiritual, o sinal de que, através de sua própria rebelião, haviam herdado as maldições do pacto. O corte do prepúcio sempre foi uma marca de condenação. Para os justos, a aplicação ritual da ira de Deus significava que eles não sofreriam a terrível realidade; para os desobedientes, entretanto, era a antecipação das coisas por virem, um sinal da completa destruição que viria.

Então, "Quem é o verdadeiro judeu? Quem pertence ao verdadeiro Israel? Segundo o claro ensinamento do Novo Testamento, a pessoa (sem importar sua herança étnica) que se vestiu de Jesus Cristo é a herdeira das promessas feitas a Abraão, e possui as bençãos do Pacto. (Rm 4:11-24; Gl 3:7-9, 26-29). Mas, disse nosso Senhor, uma congregação de apóstatas e perseguidores não é nada mais do que uma sinagoga de Satanás. Satanás significa acusador, e a história dos cristãos primitivos abunda com exemplos do falso testemunho satânico dos judeus contra a igreja cristã (At 6:9-15; 13:10; 14:2-5; 17:5-8; 18:6,12-13; 19:9; 21:27-36; 24:1-9; 25:2-3,7). Este ponto é sublinhado pela afirmação de que alguns deles seriam lançados na prisão pelo diabo (que significa acusador, caluniador).

Porque Aquele que conhece os sofrimentos deles é o "Primeiro e o Último", Aquele que controla todas as coisas, Ele pode proporcionar consolo autorizado: "Não temas o que estás a ponto de sofrer". Alguns cristãos de Esmirna seriam trancafiados na prisão por instigação dos Judeus; mas Cristo lhes assegura que isto também é parte do grande conflito cósmico entre Cristo e Satanás. As perseguições infligidas pelos judeus aliados ao império romano têm sua origem no diabo, em sua hostilidade contra os seguidores de Jesus Cristo, em seus frenéticos intentos de conservar os fragmentos do seu reino feito em pedaços. Desesperadamente, está livrando uma batalha perdida de antemão contra as multidões, que marcham implacavelmente, de uma nação de reis e sacerdotes predestinados à vitória.

Um comentário:

  1. Meu irmão, muito bom o texto postado. O verdadeiro Israel é o povo de Deus remido pelo sangue do Cordeiro. Os crentes em Jesus são os judeus verdadeiros, cincuncidados no coração, e não na carne. Bom, muito bom e esclarecedor.
    Abraço, Gustavo

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